terça-feira, 28 de abril de 2015

REUNIÃO DO CONSELHO DO VITÓRIA TERMINA EM BRIGA ENTRE PRESIDENTES

A crise instalada no Vitória está longe de ter o final que o torcedor quer e espera. Enquanto o time desaprovado caminha para iniciar a Série B quase sem reforços, fora de campo os comandantes do clube seguem em pé de guerra.

Nesta segunda-feira (27), o que era para ser uma reunião produtiva do Conselho Deliberativo terminou em um verdadeiro "campo de batalha" na Toca do Leão. De um lado, o presidente do clube, Raimundo Viana. Do outro, o presidente do Conselho Deliberativo, José Rocha.

Segundo informações recebidas pelo Galáticos Online de testemunhas do ocorrido, tudo começou quando Rocha tentou convocar uma reunião para definir as eleições diretas para o dia 6 de maio, já com a presença dos sócios torcedores do clube. Neste momento, o advogado e conselheiro Cacau, que faz parte do grupo de oposição, solicitou que então a lista de sócios seja divulgada pelo clube, para que todos soubessem quem estará na assembleia de sócios. José Rocha aceitou a sugestão.

Foi aí que o presidente Raimundo Viana teria pedido a palavra, se dirigido ao presidente do Conselho e dito: "Quem manda aqui sou eu", para em seguida ofendê-lo, se mostrando contrário à divulgação da lista dos sócios do clube.

Indignado, Zé Rocha teria iniciado uma discussão acalorada com Viana e seu filho, que também faz parte do Conselho. Por pouco, o encontro não terminou em agressão. O ex-presidente Alexi Portela, diante da situação, sugeriu a suspensão da reunião, o que foi aceito por todos.

Em conversa com a Equipe dos Galáticos, o ex-presidente Ademar Lemos Jr revelou que não pôde comparecer à reunião, mas confirmou o ocorrido após ter recebido informações de conselheiros presentes. "Soube o que aconteceu sim. Zé Rocha convocou a assembleia para dia 6 de junho e houve uma discussão, um clima de desrespeito. Cacau pediu a relação dos sócios para ter transparência no processo. Essa pessoa que não quer revelar quem são os sócios criou tudo. Raimundo Viana pegou o microfone e ofendeu Zé Rocha e foi para cima dele. Infelizmente, essa diretoria que está aí não destruiu o Vitória só dentro de campo. O clube está se acabando por isso tudo. É uma guerra de facções, provocada por uma péssima administração, a escolha errada de um presidente. Os próprios membros do grupo disseram que ele não ia mandar. Isso aí é uma farsa da renúncia de Falcão", disse.

O ex-dirigente, líder de um dos grupos da oposição, ainda afirmou que não acredita que o atual mandatário conclua seu mandato até dezembro de 2016. "Acho que ele (Raimundo Viana) não termina o mandato. Pelo bem da saúde dele, acho que ele não vai terminar. A situação do Vitória está triste, e desse time aí não vai vir boa coisa no Brasileiro".

Já Alexi Portela, presidente do Conselho Fiscal, assumiu ter presenciado a ocorrência da briga. "Houve esse desentendimento entre eles sim. É muito triste isso, não poderia ter acontecido isso. São duas pessoas importantes para o clube, que precisam se respeitar. Acho que o Raimundo Viana não entendeu. Cacau solicitou a lista de sócios e está certo, tem que ser solicitado mesmo. Acho que o Raimundo entendeu errado. O Vitória está num momento de pressão, torcedores cobrando contratações. Temos que esperar os estaduais acabar e até lá será essa pressão. Mas, não podemos tapar o sol com a peneira. A briga existiu sim e não podemos esconder isso. EU presidi o Vitória durante oito anos e tornei um clube unido. Não podemos perder essa união com essa briga que só prejudica".

O mandatário da Liga do Nordeste também se eximiu da indicação de Viana para a presidência e revelou não ter participação no seu mandato. "Eu não indiquei ele. Ele me ligou e pediu meu apoio. Eu achei que ele teria condições e dei o apoio. Desde 2013 eu não me meto no Vitória. Peguei o Vitória na Série C, devendo salário mínimo a funcionário e arrumei o clube. Por isso estão brigando aí, porque é um clube arrumado. Se fosse um clube acabado, na série C ainda, ninguém ia querer colocar a cara para brigar. Eu nunca criei grupos e nunca coloquei uma diretoria de amigos. Hoje, eu estou fora do Vitória. Não tenho responsabilidade por nenhuma contratação, não indiquei nenhum jogador a Raimundo. Se ele me ligar e pedir opinião, vou opinar. Mas, até agora, não me meti em nada".

Portela ainda comentou sobre os boatos de um possível rompimento com Carlos Falcão, negou, mas admitiu que pensa diferente do seu sucessor. "Não briguei com ele, mas tenho minhas ideias e ele as deles, o que é normal. Eu penso de um jeito e ele de outro. Isso é normal", completou.

Ainda de acordo com as informações que chegaram à redação do Galáticos Online, o ex-presidente Falcão, que teria total influencia sobre Viana, esteve presente na reunião e permaneceu em silêncio diante da confusão. 

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